A Faculdade Pinheiro Guimarães recebeu, na última terça-feira (08/05), a visita de Jorge Luiz Brasil, editor-chefe da revista Minha Novela, que palestrou sobre o ramo do jornalismo de entretenimento. O encontro ocorreu a convite do professor universitário Gutenberg Barbosa. O auditório, local da palestra, ficou totalmente lotado, com o público interagindo constantemente com o convidado, tirando dúvidas, debatendo temas relacionados à prática e, bem-humoradamente, comentando sobre as telenovelas brasileiras.
Nascido e criado em Niterói, Jorge Luiz Brasil tem um currículo invejável para muitos profissionais. Dentre os diversos locais por onde passou, são dignos de registro o Jornal Diário de São Paulo, Jornal O Dia, Jornal Extra, Rádio Capital e Programa da Lili, na CNT. O jornalista já trabalhou também com assessoria de Imprensa, quando teve como cliente o ator Dado Dolabella. Atualmente comanda a revista Minha Novela, tem seu blog no Portal M de Mulher e assina uma coluna na revista Contigo! e no site da publicação. É um dos atuais jurados do prêmio que acontece anualmente na revista desde 1996.
"Quando se trabalha num veículo que gosta, você acaba sendo bem sucedido e até bem remunerado. Não adianta estar num 'Fantástico' da vida e viver 'arrastando as correntes', insatisfeito com toda a pressão" - Jorge Luiz Brasil
Na infância, Jorge sonhava em ser diretor de cinema, e chegou até a trabalhar como crítico em alguns veículos, porém não seguiu por muito tempo nesse caminho. Cobriu a morte da atriz Daniela Perez, e até eventos esportivos, apesar de não ser o seu forte. Quando estava na Revista Contigo, acompanhou todo o seu crescimento, e percebeu que essa era a atividade que queria para toda sua vida. Jorge Luiz sempre gostou de compartilhar as informações que descobre, porém sempre agindo com suas convicções éticas. O editor-chefe relatou que adora trabalhar na revista Minha Novela pelo fato de poder atuar em diversas áreas, pois a revista conta com editorias de Beleza, Moda, Saúde, Esoterismo, Música... Um jornalismo cultural popular completo.
Sobre a revista que chefia, relatou que as dificuldades começam em conseguir condensar todo o conteúdo das novelas e informações culturais de uma nação em 44 páginas semanais. O departamento de novela é o mais enlouquecedor e a todo momento existe uma cobrança gigantesca. O público leva a informação recebida para a vida delas e fica muito chateado se houver algum engano por parte da revista, principalmente na história da novela. "Certa vez numa capa sobre a novela 'Viver a Vida', a capa estampada era: 'JORGE MORRE'. Mas o Jorge não morreu. Situação muito complicada que pode ocorrer. Na edição seguinte temos que explicar o erro e todo o processo de produção da revista", relatou Jorge Luiz Brasil. "Nós ganhamos um tema e temos que destinchar, mas corremos sempre o risco do autor mudar de ideia a qualquer momento", lembrou.
Seu maior desafio até hoje foi na cobertura da tragédia da queda do prédio Palace 2, onde pela primeira vez esteve num local onde havia grande sofrimento, uma verdadeira tragédia. Jorge contou que se segurou várias vezes para não cair aos prantos e que teve muita dificuldade para transformar toda a catástrofe em matéria sem transparecer seus sentimentos. Seu maior sonho é poder colocar uma novela diferente por semana na capa de sua revista, porém sabe que é um anseio inviável pois o próprio público não permite que seja assim. Se na capa não estampar a novela Global "das oito", a vendagem da revista despenca. Jorge gostaria de reeducar o público e estigá-los a assistir outras novelas, mas trabalhar em uma empresa privada significa que constantemente se deve mostrar resultados.
Centro Acadêmico Faculdade Pinheiro Guimarães
Comissão de Eventos Jornalísticos - CEJ
Fotos: Fábio Sousa/CEJ
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